A História do MSX na Internet |
Tudo começou em 1986, quando, então com 12 anos ganhei meu
primeiro computador, um MSX 1.0. Eu já tinha visto um funcionando na casa de um amigo do
meu pai, e achei o maior barato.
(Nota do Autor: Hmm... Isso não interessa muito. Vamos pular 7 anos)
Ganhei meu acesso a Internet em Agosto de 1993. Eu estava então no
sexto período do Bacharelado em Matemática na UFRJ, aqui no Rio de Janeiro, e comecei a
imaginar o potencial dessa rede, e ao que eu tinha acesso. Como MSXzeiro que sou, o meu
primeiro e-mail em português para uma lista de discussão (enecomp-l) indicava que eu
estava procurando MSXzeiros para trocar idéias, experiências, programas, etc. Tive
algumas respostas (para ser exato, uma ou duas, não lembro), mas fiquei triste, pois os
que me responderam não estavam lá muito interessados em trocar "figurinhas".
Ainda me lembro do nome de um dos sujeitos, era o Sandro Enomoto, que tinha aparecido em
alguma revista, se não me engano a MSX Micro (ou era a CPU-MSX?).
Depois de um tempo, recebi um e-mail do Chile. Estranhei muito:
"Ora, não conheço ninguém no Chile! Para ser exato, não conheço ninguém em
lugar nenhum!". O e-mail era de um sujeito chamado Max Celedon Collins, um amigo
interneteiro com que mantenho contato ate os dias de hoje. Ele tinha lido o meu e-mail na
lista de discussão enecomp-l e queria conversar sobre MSX. Como espanhol não e nada
fácil de entender (embora seja parecido com o português) combinamos bater papo em
inglês. Ele me contou que no Chile eles usam MSX 2 fabricados pela Talent (Argentina) e
que ele liderava um grupo de usuários, a COMPAC Corp. (nada a ver com a COMPAQ -
fabricante de PCs). Ele queria entrar em contato com os MSXzeiros brasileiros, trocar
idéias, programas, etc. Eles conheciam o Graphos III (quem e antigo lembra-se dele), o
MSX Page Maker, etc. Usavam Turbo Pascal e Assembly, tinham livros e revistas que vinham
da Argentina (como a Load MSX), mas em suma a situação MSXzeira chilena era (e ainda e)
pior do que a nossa.
Começamos a trocar programas (peguei ate uma foto digitalizada da
namorada dele!) e informações. Peguei o emulador de ZX-Spectrum criado por eles, usei e
gostei, e ainda dei forca a eles para colocar disponível na Internet. Colocaram, e se
você olhar os arquivos-texto que acompanham o emulador, verão o meu nome lá escrito.
Depois disso, resolvi fazer uma listinha, com o nome dos MSXzeiros que eu encontrava por
ai, justamente por não ter um meio de centralizar todos (como uma lista de discussão,
por exemplo). Inclui os amigos deles (mais uns quatro chilenos), e alguns brasileiros que
ocasionalmente apareciam e mandavam um e-mail, afora alguns conhecidos. Nesses conhecidos
estavam pessoas razoavelmente conhecidas no microcosmo MSXzeiro, como o Rubens Henrique
Kuhl Jr., autor do Fast!Copy (aquele copiador setorial rápido, lembram?). Fui anotando e
a lista foi crescendo... Fiz uma versão da lista que era um convite aos MSXzeiros fazerem
parte da minha listinha e conversarem conosco, trocando idéias, mas a maioria dos papos
eram travados entre eu e o Max mesmo.
Através do Max consegui o e-mail de dois usuários no Japão, sendo um
deles brasileiro. Mandei mensagens aos dois, e só o brasileiro respondeu. Ele disse que
falar sobre MSX naquela altura do campeonato (1993) era piada. Ele não via nada sobre MSX
no Japão ha anos, e que eu estava perdendo o meu tempo. Mal ele lembrava que a
fabricação do Turbo-R tinha sido suspensa naquele ano... Mesmo assim, insisti e ele me
passou o e-mail de um cara da ASCII (Akira Matsumoto, se não me engano), só que ele não
entrou em contato comigo. Teve mais um outro, funcionário da Sony, que conversamos e
trocamos algumas idéias, mas sem muito sucesso.
Em Construção